terça-feira, 28 de maio de 2013

"Estupro em criança"


28/05/2013

Autor: Paulo Sant'Ana. paulo.santana@zerohora.com.br

Pois me veio parar nas mãos uma história escabrosa que acabou revelando uma confusão no atendimento policial.

Quem me contou foi o leitor Josue Menezes (josuemenezes@pop.com.br), que é casado com uma mulher que é sobrinha de um personagem central da história, a mãe de uma menina abusada sexualmente por um adulto.

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A narrativa é cheia de enganos e omissões, mas, no que se refere à confusão policial que se estabeleceu, é elucidativa.

Pois bem, uma senhora é casada pela segunda vez com um homem de 25 anos e mora com uma filha menor, de sete anos de idade, fruto do primeiro casamento.

Essa senhora, moradora do Partenon, aqui na Capital, acordou-se alta hora da noite e viu que seu marido não estava na cama. Foi até o quarto da filha de sete anos de idade e seu marido estava completamente nu em cima da criança, na cama.

Isso se deu no último dia 21 deste mês de maio.

A senhora, indignada, foi até a cozinha e trouxe uma faca pontiaguda e tentou matar o marido, que fugiu às pressas, vestindo-se durante a fuga.

Narrativa espetacular e um flagrante macabro do nosso cotidiano.

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Então, a senhora pegou a filha e levou-a até a 15ª Delegacia de Polícia, o órgão policial mais próximo de sua casa.

Na delegacia, o narrador conta que um delegado atendeu aos queixosos muito mal. Não deveria ser delegado, mas as partes, quando são atendidas numa delegacia, creem que é sempre por um delegado.

Pois bem, o policial disse que não era lá o órgão competente, mas a senhora argumentou que não queria saber qual era o órgão competente, a delegacia era a mais próxima da sua casa e ela queria o registro da ocorrência.

Diante da reação absolutamente adequada da queixosa, o policial registrou a ocorrência e encaminhou a senhora e sua filha abusada para o Departamento Médico Legal.

Notem só como as vítimas sofrem tanto pelos atentados quanto pelo trâmite policial que se segue.

No DML, foi informada a mãe da vítima, nessa altura com a filhinha a tiracolo no seu calvário noturno, que lá não podia ser atendida e examinada sua filha porque não havia naquele instante uma psicóloga para o atendimento.

Exame de conjunção carnal nem notícia, não havia psicóloga.

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Então, a mãe e a menina foram encaminhadas ao Hospital Presidente Vargas, que ao que parece mantém um convênio com a Polícia Civil para atender casos de abusos sexuais sobre menores.

Só que no hospital foi dito à senhora que o atendimento desses casos só pode ser feito pelo dia.

A menina mais uma vez restou não atendida.

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Eu estou fazendo aqui um apelo ao chefe da Polícia Civil e ao secretário da Segurança Pública: pelo amor de Deus, resolvam para sempre esta confusão burocrática.

Ninguém sabe o órgão que atende, ninguém atende e as vítimas passam a ser vítimas pela segunda vez, da desorganização policial.

Ora, órgão policial não tem psicóloga. Ora, hospital que exerce erradamente tarefa policial não atende durante a noite. Uma mixórdia.

E as vítimas? E a população? Onde ficam?

Resolvam essa vergonhosa confusão e vazio injustificáveis.


Minha Opinião: Em certa parte até concordo com a indignação do Paulo Sant'Ana, dizendo que é uma mixórdia, e o atendimento as vítimas não é o adequado, porém a polícia civil do estado do Rio Grande do Sul é um órgão a Departamento Médico Legal, secretaria municipal de saúde Porto Alegre, ou do estado são outros. Reclamar do atendimento prestado na delegacia ok. É justo, quando cabível. Mas infelizmente a polícia civil é dependente de serviços e boa vontade de outros órgão, pois, a realização do exame de conjunção carnal, é uma tarefa única exclusiva de um médico, cargo este que não faz parte do quadro da polícia civil, não há como a polícia obrigar o médico a atender a menor (infelizmente). O melhor que a polícia poderia ter feito neste caso, seria colocar as vítimas em uma viatura, e levá-las aos órgãos de saúde para atendimento, mas lá, vai da boa vontade e estrutura do órgão de saúde, se este não possuir psicologo ou médico, a polícia fica de mãos atadas. O atendimento não é bom. ok. A estrutura é demasiadamente burocrática e ineficiente. ok. Mas jogar toda a conta nas costas da PC é no minimo injusto, e parece-me muito estranho o jornalista mais popular do estado estar tão mal informado, quanto as atribuições da polícia. Quanto a PC ter psicólogos em seu quadro, realmente seria ótimo. Quanto ao resto deve-se ao sucateamento do estado, que não consegue investir em uma estrutura digna, para o atendimento das vítimas, pois, o ideal seria a PC ter pessoal, viaturas e gasolina suficiente para transladar estas vítimas até os hospitais, e dar toda assistência possível, e não relega-las a própria sorte como é feito hoje em dia, mas como fazer isso, quando nos plantões existem um ou dois policiais para atender dezenas de ocorrências das mais diversas nas madrugadas. Criticar a polícia é fácil, difícil é ser polícia.

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